É fato que estamos no meio de uma crise sanitária e econômica sem precedentes. Os números de contaminados pelo novo coronavírus assustam qualquer um. No entanto, está na hora de começar a preparar a sua empresa para a recuperação financeira pós-pandemia.
Atualmente, o Brasil passou do 1 milhão de infectados e 50 mil mortos. Em termos econômicos, são quase 2 milhões de novos desempregados e 600 mil pequenas empresas fechadas.
Se a sua empresa aguentou até aqui, parabéns: vocês são guerreiros. No entanto, a perspectiva é que a pandemia dure pelo menos até outubro. O prazo pode parecer longo, mas é importante começar a preparar a sua empresa agora para que ela possa surfar na onda da recuperação financeira que vem por aí.
Há motivos para acreditar em uma recuperação financeira?
O primeiro ponto a se ter em mente quando queremos planejar como preparar uma empresa para uma recuperação financeira é se, obviamente, teremos uma recuperação financeira. Afinal, será que há motivos para acreditar nisso? A perspectiva é que sim.
No momento, é fato que estamos no auge de uma crise que pode levar a um recuo de 8% no PIB do país, de acordo com o Banco Mundial, ou seja: a situação é tão crítica que falar de recuperação agora até parece impossível.
No entanto, quando olhamos para países que estão em estágios mais avançados do que os nossos na crise do coronavírus, o resultado é que eles começaram a notar uma certa recuperação.
Isso acontece porque a crise, dessa vez, não tem razão estrutural, mas sim pontual. É claro que a situação econômica já não era das melhores no período pré-coronavírus, mas havia a perspectiva de uma recuperação em 2020. A projeção do PIB, por exemplo, era de mais de 2% no começo do ano.
Por isso, quando as pessoas puderem voltar a sair e houver algum nível de estabilidade e de confiança na economia, elas voltarão a consumir normalmente e a roda volta a girar.
O importante a se ter em mente é que, por bem ou por mal, muito da postura dos consumidores e da economia em si mudou. A recuperação virá, claro, mas a questão é saber quando e como preparar o seu negócio para isso.
Veja a seguir 3 passos que podem ajudar nisso!
1. Aprenda a fazer com que a sua empresa trabalhe de maneira enxuta
Se a perspectiva é que a pandemia do coronavírus continue no Brasil até outubro, então isso significa que teremos mais alguns meses de cinto apertado pela frente.
Diante disso, é importante adotar dentro da sua empresa uma postura de austeridade econômica, ou seja: é importante reduzir ao máximo os custos, sem prejudicar a sua capacidade produtiva. Isso é sinônimo de trabalhar de forma enxuta.
O primeiro passo para isso é investir em um bom trabalho de contabilidade de custos. O objetivo desse investimento é entender quais são os elementos que adicionam gastos ao seu negócio e como torná-los menos custosos para a sua empresa sem causar prejuízos para você.
Por exemplo, é provável que a sua folha de pagamento seja um dos principais custos do seu negócio. Como é possível reduzi-la sem que você demita pessoas e perca a sua capacidade produtiva? O home office é uma boa opção para quem tem a possibilidade disso.
2. Entenda como o seu ramo de negócio foi afetado pela crise
Uma pesquisa mostrou na China que, após a pandemia, a intenção de compra de carros dobrou no país. A razão para isso é óbvia: se o coronavírus se espalha mais em ambientes fechados e de aglomeração, então o transporte público é um ambiente fértil para isso.
No entanto, não é porque o cenário automotivo na China apresenta uma grande perspectiva de recuperação, que o cenário vestuário do Brasil terá o mesmo desempenho.
Cada segmento foi afetado de maneira diferente e, por isso, é importante entender como o seu setor foi atingido. A mudança em restaurantes, por exemplo, levou a demanda do público para os aplicativos. E no seu setor? Qual cenário esperar nos próximos meses?
3. Obtenha recursos para poder investir na recuperação
Quando você tiver uma visão do que poderá acontecer nos próximos meses e como o seu segmento foi afetado pelo coronavírus, é hora de traçar um plano de recuperação financeira.
Como já mencionado, a demanda das pessoas não acabou. Ela foi pausada ou realocada. A questão de sair dessa crise é tentar reencontrar a demanda ou esperar que ela volte.
Isso exigirá recursos e capacidades de investimento. Talvez seja necessário uma nova campanha de marketing, talvez um novo produto ou uma nova maneira de produzi-lo (o que pede por novas máquinas).
Seja como for, isso custará capital. Para obtê-lo, será necessário buscar linhas de crédito, investimentos e outros elementos que possam gerar renda necessária para financiar sua recuperação.
Não importa qual seja o seu plano de recuperação financeira, a contabilidade terá papel primordial nele. Talvez o objetivo seja reduzir custos, talvez seja encontrar incentivos fiscais. Seja como for, você precisará de uma consultoria especializada.