Pelos cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Brasil conta hoje com quase 12 milhões de desempregados. Cerca de 38 milhões de pessoas estão na informalidade
Especialistas mais pessimistas afirmam que, a depender da duração da pandemia do novo coronavírus, o Brasil poderá contabilizar mais 8 milhões de desempregados, elevando o total a 20 milhões, um caos para a economia.
Essa projeção dramática leva em conta estimativas feitas por entidades ligadas ao comércio, que preveem demissão de até 5 milhões de pessoas no setor, devido ao fechamento de bares, restaurantes e hotéis, entre outros tipos de negócios.
Outros 3 milhões devem vir dos demais setores afetados pela crise, sendo parte da indústria, que costuma segurar muito as demissões pelo alto custo das dispensas e pelo risco de perder profissionais mais capacitados.
Pelos cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Brasil conta hoje com quase 12 milhões de desempregados. Cerca de 38 milhões de pessoas estão na informalidade.
É um quadro assustador, pois explicita a fragilidade do país ante a chegada de um inimigo invisível, cujo potencial de estrago ninguém consegue medir com efetivo grau de segurança.
PIB cairá 10% no segundo trimestre
O certo, segundo economistas, é que o Brasil, como o resto do mundo, contratou uma brutal recessão. Há bancos prevendo que, somente entre abril e junho — período mais dramático da Covid-19, na visão do Ministério da Saúde —, o Produto Interno Bruto (PIB) cairá pelo menos 10%, tamanha a paralisia da atividade.
No pior momento do mercado de trabalho, entre 2016 e 2017, o Brasil chegou a contabilizar mais de 14 milhões de desempregados. À medida que o país foi saindo da recessão, esse contingente foi diminuindo, mas muito lentamente.
O problema é que, até a chegada do novo coronavírus, o PIB vinha crescendo por volta de 1% ao ano. É muito pouco para as necessidades do país, que vê as desigualdades sociais se acentuarem.
Depressão econômica
O tombo do PIB neste ano — pelas projeções da economista Monica de Bolle, professora da Johns Hopkins University, nos Estados Unidos, pode variar entre 5% e 6% — será um sinal claro de que o Brasil mergulhou na depressão econômica.
Desde 2014, o Brasil vem se debatendo para sair do atoleiro. Mergulhou numa severa recessão entre 2015 e 2016, voltou a crescer, mas muito pouco, entre 2017 e 2019, e, agora, está sendo atropelado pelo coronavírus.
Dependendo do tamanho da queda do PIB neste ano e do desemprego, a recuperação será muito lenta, comprometendo 2021 e 2022, pois uma das principais alavancas do PIB, o consumo das famílias, estará prejudicado.
Não por acaso, especialistas afirmam que o governo precisa ter foco e agir com força. Se não correr contra o tempo, adotando medidas efetivas, sem politicagem, verá o pior quadro projetado para a economia se confirmar. Certamente, não é o que ninguém deseja em sã consciência.
É momento de mudar os planos.