Publicado em 27 de novembro de 2020
Nesta quinta-feira (29) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que houve um aumento da expectativa de vida dos brasileiros e isso deve impactar uma parcela pequena das novas aposentadorias do INSS.
Isso porque as projeções do IBGE entram no cálculo do fator previdenciário, que define o valor de aposentadorias sob as regras antigas da Previdência, alteradas com a reforma do ano passado.
Diante disso, essa nova projeção deverá afetar apenas as aposentadorias solicitadas por quem já tinha direito a se aposentar pelas regras antigas em 13 de novembro de 2019 (data em que a nova lei entrou em vigor).
Os trabalhadores que se se encaixarem em uma das regras de transição da reforma, específica para quem estava a até dois anos da aposentadoria em novembro do ano passado, também devem ser impactados.
Redução da aposentadoria
Em entrevista ao G1, o consultor atuarial Newton Conde, disse que calcula que as novas aposentadorias afetadas pela nova tabela terão uma redução média de 0,64% em relação ao valor que teriam se fossem pedidas pela tabela anterior – podendo chegar a 0,94%.
O especialista explica que a queda do valor das novas aposentadorias ocorre porque, além da expectativa de vida ao nascer, o IBGE recalcula, também, a expectativa de sobrevida (quantos anos mais espera-se que a pessoa viva) para cada faixa etária.
O trabalhador, no entanto, poderá ter o mesmo benefício, mas, para isso, terá que trabalhar um pouco mais.
“Se o segurado aguardar e solicitar em fevereiro de 2021, por exemplo, mais um ou dois meses de contribuição, dependendo do caso, o segurado conseguirá voltar ao nível de benefício que teria agora em novembro de 2020”, aponta Conde.
A expectativa de vida ao nascer no Brasil subiu para 76,6 anos em 2019, um aumento de cerca de 3,6 meses em relação ao ano anterior, segundo o IBGE. Em 2010, era de 73,9 anos.